sábado, 28 de maio de 2011

Luxúria

Luxúria que consome,
Fruto da tentação.
Cheiro de luxúria,
que é benção e que é sina.
Sinto-o e me recordo
Dos atos de luxúria.

Luxúria;
Simples e complexa,
Pobre e rica,
Rasa e profunda.
Pecado que não tem
Nem gênero nem cor,
Mas tem cheiro...
Sensação... Sabor.

Consome o desejo,
essa luxúria.
Consome, queima e
deixa para trás o pó.
Mas o desejo tão ardente,
É a luxúria e por isso,
Se consome por si só.

E os meus olhos
Enxergam a luxúria.
Enxergam na parede,
no meu corpo,
na cama.
Cama que, manchada,
me lembra da luxúria.
Essa mesma que eu
enxergo
Nos olhos da dama.

Ela não vem a serviço
nem do bem, nem do mal.
E nada tem a ver
Com tantos compromissos
Assinados pelo coração.

Luxúria interdependente.
Alegre, descontente.
Abstrata.
Ingrata.
Sem forma.
Sem norma.

Luxúria que consome,
Fruto da tentação.
Reagente do desejo,
que é tão desesperado
e tão reprimido
pelo trabalho,
trabalho que escraviza.

Luxúria:
Nunca aflige, nunca ampara.
Luxúria que nunca pára.

3 comentários:

  1. Um dos peomas mais bem escritos que já li na vida. Sério, dá vontade de comprar.
    Teu talento é assombroso.
    Te vejo no EX 2011! Abraço!

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  2. Cara...
    Luxúria atormenta!! É pura insanidade.
    E nesse poema você mostra exatamente isso!
    "não tem cheiro, nem cor"
    PQP
    Consegue transformar em palavras...
    Lindo! *-*

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  3. ahh eu lembro quando voce leu pra mim. Tinha praticamente saido do forno...

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