quarta-feira, 13 de julho de 2011

(Reinauguração) A paisagem cultural do entretenimento eletrônico dos anos 80 até hoje em dia

Primeiramente gostaria de falar um pouco sobre a reinauguração do blog, que estava suspenso em função de sua prévia substituição pelo tumblr. (Que você pode acessar clicando aqui). Para tal, copiarei e colarei aqui o comunicado postado no mesmo:

Bom, eu não nego que quando criei este tumblr, o fiz no intuito de substituir o meu blog, Expressão 88. Todavia, após o uso deste, notei que o tumblr é muito mais adequado para postagens de texto, digamos, mais pessoais, se não mais íntimas. Enquanto no blog postava textos (que pelo menos intencionavam ser) interessantes a qualquer um que a página acessasse, aqui o que escrevo não interessaria a ninguém, senão a pessoas que me conhecem.

Por isso, continuarei com o Expressão 88, mas não excluirei o tumblr, que continuará ativo. Agradeço a compreensão.

Feito isso, posso enfim escrever o post de reinauguração, que, advinhem, será sobre vid... Entretenimento eletrônico interativo. (Correção executada após a observação imaginária de vários usuários fechando a janela do blog).

- O contexto histórico-social -

Piadas à parte, o entretenimento eletrônico interativo, também conhecido como Video-Game nasceu em meados dos anos 60, nas mãos de alguns cientistas. Porém só conquistou sua popularidade (e industrialização massiva) no começo da década de 80, mesma época em que jovens roqueiros tomavam enquadros da polícia, ao invés de serem julgados como classe-média automaticamente. Bons tempos... *suspiro*

O primeiro jogo de verdade a ser lançado e comprado em massa, foi o chamado "Pong." Conhecido no Brasil pelo nome "Telejogo." Consistia, basicamente, de um "pauzinho" em cada extremidade da tela que rebatiam a bolinha (que não passava de um píxel) de um lado para o outro como num jogo de ping-pong. Um brinquedo, simples entretenimento para a família e para a criançada, me recordo de num livro dos anos 80, o adolescente protagonista narrar ter jogado o revolucionário aparato com sua avó. Mas certamente nenhum dos habitantes da tão mágica década de 80 tinha alguma noção de que aquele simples bate-e-rebate tornar-se-ia algo tão genuinamente grandioso (talvez os Illuminatti da época soubessem, né, vai saber... Mas naquela época as pessoas ainda não criavam teorias da conspiração como criam-se hoje com a popularização da Internet).


Claro que não demorou para que a diversão evoluisse para jogos como os do Atari, este sim de fato uma plataforma de jogos (afinal estes eram comprados separadamente). Ainda assim, a simplicidade de jogabilidade e contexto/motivo/estória matinham os jogos como um aparato, se não para toda a família, para quaisquer audiências. E foi assim, eu prejulgo, mais ou menos até a geração dos 16-bits (Super Nintendo, Mega Drive, etc). Por fim, findou-se completamente, com caixão e vela preta, a sensação de entretenimento simples e para todas as audiências na segunda metade dos anos 90, com consoles como o Playstation e o Nintendo 64.

Hoje, essa sensação praticamente inexiste, os video-games possuindo, no Brasil, uma cultura infantil, adolescente e jovem adulta, além de, em todos os casos, masculina. Nos países desenvolvidos, especialmente nos EUA, essa cultura é mais puxada ao jovem-adulto e ao adulto, além de ser menos (porém ainda sendo) masculinizada. Em outras palavras, nos EUA há mais adultos jogando video-game, além de mais mulheres. Para se ter uma idéia, há mais jogadoras americanas acima de 20 anos, que jogadores americanos abaixo de 18. Mas será que o conceito de entretenimento familiar simples e generalizado morreu mesmo? As famílias de clase média alta jogando seus Wii's dizem que não. É claro que a elitização cultural dos video-games deve-se também ao tamanho do investimento necessário, portanto, os jogos além de tudo afastaram-se das classes mais baixas. Outro fator que contribuiu para isso, foi o advento dos fliperamas, em muitos casos infestados de drogas e adolescentes mal-intencionados, que mancharam a imagem pura que joguinhos inocentes deveriam ter. Ainda na questão das classes, também vale lembrar que, quanto mais alta a classe social, maior a afinidade (e dependência) para com a tecnologia em geral. (para um ensaio mais aprofundado sobre esse tema, clique aqui).

- O Contexto artístico-social -

É óbvio que audiências mais simples (que não necessariamente significa "mais pobres", pois me refiro aos hábitos de entretenimento, que são igualmente simples nas classes mais altas, apenas mais caros) gostarão de filmes mais simples. Uma família mais simples, em geral, não apreciaria um filme como "O Labirinto do Fauno" ou "Trainspotting". Ao invés, veria "Velozes e Furiosos" ou "Transformers", preferiria músicas simples como funk, pop rock, rock n' roll, pop, etc, a rock/metal progressivo, jazz, música erudita, etc. E com jogos, claro, também é assim. Acontece que, na grande massa de jogos, não saíram mais jogos simples, inocentes e divertidos. Saíram, até, mas não popularizaram-se como quando eram novidade e não existia então um preconceito em cima dos mesmos, até porque miraram um público alvo já fechado. Joguemos Mario 64, é simples e divertido, mas seu avôs conseguiriam jogar? E o jogo em si foi produzido pensando "Miremos que jogadores de video-game comprem!"

O que antes era um mero contexto escrito em um manual, apenas para dar motivos a fases e pontuações, hoje são tramas complexas, produções milionárias escritas por roteiristas famosos, com compositores estudados por trás da atmosfera musical. Jogos não são uma diversão para toda a família, são algo refinado, só para quem está disposto a dedicar tempo e cérebro. Peguemos o contexto de um deles, por exemplo, Silent Hill 2 (eu não canso de citar ele...): O jogo aborda temas como assassinato, sentimento de auto-punição, repressão do desejo sexual, a relação entre amor e sexo, abuso sexual... É, acho que já deu pra entender. Mas vamos citar outro exemplo... A série Metal Gear Solid. Bom, aborda temas como guerra, política no geral, controle sócio-político das massas, amor/ódio, relações entre pais e filhos e mestre e discípulo, desastres nucleares, formação psicológica do indivíduo, drogas, consequências sócio-políticas de atos de guerra, terrorismo, até mesmo o próprio sentido da vida... Enfim, se não deu pra entender agora, sugiro que vá suicidar-se.


- Encerrando -

Lembra que comentei das famílias de classe média-alta e seus Wii's? Pois é, em seu lançamento e até hoje, a Nintendo fez uma propaganda de algo revolucionário, e, principalmente, um video-game para toda a família. Apesar da primeira afirmação ser uma mentira deslavada, a segunda era verdade. Por quê? Porque os jogos do Wii são simples (você mal precisa associar funções cognitivas a botões, joguem movimentos para ser o mais instintivo possível) e divertidíssimos. Claro que há jogos complexos e fodões para o Wii (como No More Heroes), mas o foco, a apelação de conteúdo dele é de jogos para toda a família. O que a Nintendo fez com console não foi de forma alguma uma revolução, mas sim UMA VOLTA ÀS RAÍZES em busca de um apelo comercial maior. E deu certo, o Wii é um dos 5 video-games mais vendidos da História. Impressionante? Sim. Comercialmente inteligente? Absolutamente.

Infelizmente, a realidade é essa e é cruel que obras de arte ainda não sejam tão apreciadas como deveriam fatalmente ser, graças ao fechamento e elitização de uma cultura. No Brasil, esse fechamento ainda se intensifica graças à implantação da língua inglesa (ou japonesa...) tradicional nos jogos, que até muito pouco tempo, nem oficialmente lançados por aqui eram, muito menos em PT-BR.

"Trágico..." como diria o Sr. Omar.

Claro que eu precisaria fechar o post com algo da boa e velha video-game music que todos amamos, dessa vez com um clássico. E COMENTEM!!!!!!!


terça-feira, 31 de maio de 2011

Preconceito e hombridade

Uma coisa que sempre noto em pessoas preconceituosas, seja lá qual for o tipo de preconceito, é que lhes falta hombridade. Se você não sabe o que é isso, não se culpe, afinal não é lá uma palavra popular.

Pois bem, vou dizer o qual o sentido da palavra que emprego aqui, que é como ela é usada geralmente: Hombridade é a atitude de assumir o que fez. É aquela criança que quebra algo da casa e diz "Fui eu quem quebrou, me desculpe.", mesmo sabendo do castigo que tal atitude resultará.

Sempre noto em pessoas preconceituosas, portanto, a falta de tal qualidade (dentre tantas outras, né...)

Vamos a um exemplo que uma pessoa bastante próxima de mim costuma dizer:

"Ora, não sou racista, não é que não gosto de preto. Tudo bem ser preto, desde que se ajuste à cultura do branco."

Não bastasse a imensa quantidade de etnocentrismo de que a citação é dotada, pode-se também observar a falta de hombridade que mencionei. Ora, se não gosta da cultura do negro, não gosta do que ele essencialmente é como um ser social, logo não gosta dele, logo é racista. Mas claro que procura nesse jogo de palavras uma desculpa para aparentar ser um bom samaritano, cidadão politicamente correto, defensor da moral e dos bons costumes.

Outro exemplo:

"Nada contra gays, desde que estejam longe de mim!"

Como uma sentença contraditória por si só, nem digno de meus comentários tal absurdo é. Mas novamente podemos observar, no ser agora homofóbico, como ele se contradiz tão facilmente graças à falta da qualidade que já tanto citei. Mas poxa vida, se não tem nada contra, por que quer que fiquem longe de você, ó ser tão desprovido de massa cinzenta?!

Falando sério eu realmente não suporto ouvir esse tipo de absurdo. Dou mais valor a alguém que diz "Acho que os negros e os gays deveriam ser mandados a campos de concentração, sou preconceituoso sim." do que alguém que disfarça o preconceito para conveniências sociais. Afinal, se deseja ser um ser dotado de 100% de ignorância e -200% de senso crítico, que pelo menos assuma sua falta de atributos intelectuais perante os demais seres humanos.

Post curto, mas dane-se, só queria desabafar um pouco disso aí. Fiquem com "Oooo"


sábado, 28 de maio de 2011

Luxúria

Luxúria que consome,
Fruto da tentação.
Cheiro de luxúria,
que é benção e que é sina.
Sinto-o e me recordo
Dos atos de luxúria.

Luxúria;
Simples e complexa,
Pobre e rica,
Rasa e profunda.
Pecado que não tem
Nem gênero nem cor,
Mas tem cheiro...
Sensação... Sabor.

Consome o desejo,
essa luxúria.
Consome, queima e
deixa para trás o pó.
Mas o desejo tão ardente,
É a luxúria e por isso,
Se consome por si só.

E os meus olhos
Enxergam a luxúria.
Enxergam na parede,
no meu corpo,
na cama.
Cama que, manchada,
me lembra da luxúria.
Essa mesma que eu
enxergo
Nos olhos da dama.

Ela não vem a serviço
nem do bem, nem do mal.
E nada tem a ver
Com tantos compromissos
Assinados pelo coração.

Luxúria interdependente.
Alegre, descontente.
Abstrata.
Ingrata.
Sem forma.
Sem norma.

Luxúria que consome,
Fruto da tentação.
Reagente do desejo,
que é tão desesperado
e tão reprimido
pelo trabalho,
trabalho que escraviza.

Luxúria:
Nunca aflige, nunca ampara.
Luxúria que nunca pára.

sábado, 30 de abril de 2011

Pequeno ensaio a respeito do avanço desenfreado da tecnologia na sociedade consumista


[A imagem acima não é de minha autoria, achei na net e traduzi, só.]

Peguei-me refletindo, durante um certo período de insônia, a respeito de algumas coisas em relação à tecnologia moderna e senti-me compelido a compartilhar com os leitores do blog as idéias - um tanto quanto abstratas, de fato - que surgiram de tal reflexão. Visto esta ser outra postagem um tanto quanto mais complexa, tentarei mimetizar a forma como escrevi minha dissertação a respeito da formação/consequência da orientação sexual na sociedade moderna, porém adotando uma linguagem um tanto quanto mais descontraída.

Apesar da seriedade que minha escrita traz, gostaria de iniciar o texto com, pasmem, uma piada. Piada essa de natureza um tanto quanto contra-ideológica, vocês verão.

Todos os dias, de sua luxuosíssima cobertura em uma cidade litorânea brasileira, um empresário podia observar, pela janela, ao longo do período em que trabalhava de seu escritório particular, a rotina de um pescador, na praia. Diariamente ele via o pescador trabalhar não mais que algumas horas, vender alguns peixes, comer outros, vez ou outra comprar o básico para viver e passar o resto do dia tocando viola, ou mesmo apenas relaxando na rede, fumando seu caximbo. Sendo o empresário um homem de origem humilde - talvez até mais que a do homem que observava -, um típico self-made-man que subira na vida graças a muito trabalho e grandes noções de empreendedor, não conseguia suportar o fato de que o pobre homem lá de baixo não trabalhasse mais e ampliasse seu negócio de pesca. Tendo isso em vista, resolveu num dia em que estava menos ocupado, descer até a areia e indagar o pescador quanto aos fatores que tanto lhe incomodavam. Abordou então o homem:

-Ei, pescador! Tem um minuto?

O pescador levantou vagarosamente da rede, expreguiçou-se e foi então conversar com o bacana:

-Pois não, dotô'?

-Eu não pude deixar de observar, todos os dias o senhor trabalha menos que quatro horas e fica relaxando o resto do dia aí na rede. Correto?

-Sim, dotô', por quê?

-Bem, é que se o senhor trabalhasse mais horas, poderia vender mais peixes, acumular mais lucro.

-E daí?

-Daí que o senhor poderia comprar uma rede melhor e pescar ainda mais, para então acumular mais lucro e até comprar um barco! Daí pescar muito mais, até poder comprar outro barco! Poderia chegar até a ter uma frota!

-E daí?

-Daí que o senhor poderia ficar rico, se trabalhasse mais, durante sua vida!

-E daí?

-Daí que rico o senhor ia poder aproveitar a vida!

O pescador parou, pensou, voltou então à rede, deitou-se, expreguiçou-se e então falou, sorrindo:

-E o que o dotô' acha que tô fazêno agora?

É claro que, nenhum de nós conseguiria viver uma vida de "vadiagem" como a do pescador apresentado na piada. Ainda assim, ela é importante para que eu demonstre o raciocínio que pretendo demonstrar. A felicidade é relativa e o que faz uma pessoa feliz, jamais fará a outra. O empresário jamais se contentaria com a vida do pescador e o pescador, ainda que pudesse talvez facilmente acostumar-se ao luxo, aos banhos, carros, roupas, iates... Dificilmente conseguiria trabalhar durante a vida toda tal qual o empresário. No entanto, por que NÓS não conseguimos nos adaptar à vida do pescador? É claro, nós só perseguimos o dinheiro, não porque somos porcos capitalistas, mas sim porque perseguimos as coisas que nos dão prazer, conforto, diversão... E essas coisas custam dinheiro , quer dizer, sexo não né, se você tiver com quem fazer, mas leve em conta que são necessárias camisinhas (dá no posto? E você acha que é o imposto de quem que paga?), um lugar privado pra trepar (menos na Holanda kkkkkk Holanda = Paraíso kkkkkkkk), enfim, apenas perseguimos o lucro e o dinheiro para podermos ter as coisas que nos dão prazer ou conforto. Porém a questão vai além disso: A questão real é que fomos induzidos, condicionados, nosso cérebro foi lavado, para querermos e termos prazer com as coisas que custam dinheiro! Esse é o processo básico da Ideologia, uma das principais ferramentas do sistema. Marx disse algo como "Somente o homem livre dos bens do capitalismo poderia ser o agente da revolução contra o capitalismo" (claro que a frase não é exatamente essa, mas enfia a idéia de que vo buscar a certinha você sabe onde). Isso quer dizer que nós (e como "nós", refiro-me a mim e aos leitores do blog) não poderíamos nos revoltar contra o capitalismo, visto que já estamos *uns mais que outros* sob influência da Ideologia, e um regime não-capitalista iria nos impedir de ter as coisas que as grandes empresas nos vendem. Claro que o capitalismo se fundamenta em outros diversos pilares, como a mais-valia, mas hoje é sobre tecnologia que eu quero falar.


A função do avanço tecnológico dentro da Ideologia


Como você deve ter aprendido na escola, o capitalismo persegue mais e mais lucro (Master of The Obvious!!!!! \m/). Ainda assim, seria complicado que a sociedade não ficasse estagnada em seus bens caso não existisse o consumismo, então não haveria mais e mais lucro e sim uma quantidade de lucro igualmente estagnada. Por isso que a moda avança (isso e claro outros fatores que não têm tanto a ver com política), e que, PRINCIPALMENTE, surgem novas tecnologias. Se o seu PC é bom hoje, amanhã ele não será. O mesmo pode ser dito de seu video-game, celular, televisor, eletrodomésticos, enfim, de toda a tecnologia que você possui e pode possuir no futuro. Vi um rapaz na TV esses dias, rapaz que vai apresentar um programa sobre tecnologia, ser indagado a seguinte questão: "Você acha que a tecnologia está avançando rápido demais para a sociedade ou a sociedade é que é lenta?" Apesar da ridicularidade da pergunta em si (afinal, só há seres-humanos pensantes no mundo, nada de elfos, asari, vampiros ou quaisquer outras raças imortais que a ficção possa pensar), é de total importância a resposta dela e é nesse ponto que eu ainda chegarei ao final deste post.

A questão é que os problemas, alienação, etc que a tecnologia traz, vêm do processo de acúmulo de lucro necessário à manutenção do sistema capitalista. Então recapitulando, para que possamos encerrar:

Passo 1 - O sistema precisa de mais e mais lucro.

Passo 2 - Para lucrar, o sistema precisa da Ideologia, que acarreta no:

Passo 3 - O consumismo permanesce implantado na sociedade, mas o consumismo por si só não se sustenta então...

Passo 4 - Surge o avanço da tecnologia de forma desenfreada, de forma a realizar a manutenção do consumismo junto com outros fatores como a moda.

Passo 5 - A tecnologia aliena as pessoas e realiza a manutenção da Ideologia por si prórpria.

Passo final - O intelecto e o senso crítico das massas, o avanço tecnológico positivo, isto é, aquele que vem com a necessidade ("Precisa fruta, faz lança" nas palavras de um personagem fictício muito interessante) e mesmo a natureza e os recursos naturais, acabam prejudicados por tudo isso. O avanço da tecnologia não só cria pessoas que não se adaptam ao mundo, mas acarreta problemas como a devastação do planeta, regimes de semi-escravidão e trabalho infantil em fábricas, super-produção de lixo tecnológico, alienação das massas e prejuízo ao bem-estar psicológico e social, entre muitos outros.



Resumindo, com a resposta da perguntinha ridícula: A tecnologia avança rápido demais. Por quê? Porque é isso que o sistema quer. Por que ele quer? Pra gerar mais e mais lucro e ter cada vez mais poder pra pequenas minorias.

Espero que tenham gostado desse post. Sei que o tema é muito mais abrangente, mas enfim... Beijos e fiquem com DT, porque (é a melhor banda do mundo e...) em breve veremos Mike Mangini pilotando as baquetas. E por favor comentem! Se ninguém comenta, eu não tenho motivo nenhum pra escrever.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Consoles e PC - O atraso e minhas opiniões sobre a atual geração de games

HUAHUAHUA Nome tosco do caralho. Então, tipo, na verdade essa postagem é um desenvolvimento maior de um comentário meu na GameVício (site de filho da puta), sobre uma matéria que estatava o óbvio: Que os consoles atrasam o desenvolvimento gráfico de jogos para PC e que o PC está facilmente uma geração a frente dos consoles em tais quesitos. Todo gamer sabe disso, isso é meio óbvio na verdade... Mas enfim vamos a meu comentário:

Só que tem uma coisa que a galera não pensa: Não é todo mundo que joga em PC, que o PC está "facilmente uma geração a frente." O custo de um PC em tais condições, além disso, é muito maior que o de um console, e os preços dos consoles e jogos já são altos (mesmo para os gringos, a diferença que eles podem pagar) o suficiente. A verdade é que video-game é um hobbie um tanto quanto elitizado (novamente digo, mesmo para os gringos, ou você acha que os caras do gueto lá nos EUA ficam felizinhos com seus Xbox?), e se os consoles (que precisam ficar anos no mercado, na nossa forma de mercado de jogos atual) fossem desenvolvidos duas gerações a frente (para assim competir com o PC), além de todo mundo que tem PC conseguir jogar assim, seria uma coisa AINDA MAIS elitizada do que já é e o alto custo não compensaria para as empresas o apelo de massa que o mercado de video-games hoje em dia tem. Portanto, não basta dizer "Ah minha placa de video que eu dei 3 salários inteiros só nela com meu processador de 78977676765789 núcleos arregaçam um console, console atrasa."; deve-se observar também o aspecto econômico da coisa.

Quando saiu o PS3, por exemplo, ele custava 600 dólares. E os jogos, 60 dólares... Então o cara comprava um PS3, depois 10 jogos e, PÁ! 1200 dólares. Nos EUA, já dá pra comprar um carro véio com isso. Aliás, aqui no Brasil também dá (se tratado em dólares é claro). Aliás quando saiu o PS3 por aqui, as Lojas Americanas estavam cobrando SÓ 7000 reais em um. Super barato, não acham? Mas enfim, observe a elitização da coisa.

Outra coisa, os PCs são um diferente do outro, os consoles não. Se os jogos fossem feitos ESPECIALMENTE pra rodar em uma GeForce GTS250, com um AMD 64 X2 5200 e 2GB de RAM, já teriam seus gráficos muito melhores que os de qualquer console, no entanto, por vezes me vejo obrigado a diminuir os gráficos pra conseguir jogar em uma frame-rate aceitável (galera que lê meu blog que não entende dessas paradas e tá com "?" na cabeça, pára de ler a matéria, porra). Agora os consoles são todos iguais, portanto os jogos são feitos otimizados para suas configurações. Outra coisa também, é que, puta que pariu, sempre que vejo um jogo de console rodando, DÓI MEUS OLHOS de tanto ver serrilhado... Cara vi Castlevania Lords of Shadow rodando numa TV de plasma linda esses dias, full HD, bagulho loko... Putz mas se fosse num PC eu ia jurar que o cara tava jogando com o gráfico no mínimo. Tava de doer os olhos. MGS4, também... Tudo bem que é um jogo velho, mas puta merda cara, o jogo já parece que tem o gráfico no mínimo, tem mais cutscene do que jogo e ainda DÁ LAG no PS3. Naboa, exclusivo dando lag é uma coisa que eu acho nojenta. God of War series os jogos nunca tem V-Sync pra conseguir ter um gráfico melhor, etc.

Não tô dizendo que console não presta nem nada, só tô mostrando exemplos do por quê diz-se que atrasa. Enfim, espero que todo mundo tenha entendido... Eu sei que mandei não ler a matéria, mas aqui vai um glossário dos termos que eu usei:

Geração: Refere-se às diferentes gerações de consoles e hardware de PC. Por exemplo, na geração passada a Sony tinha o Play 2, hoje tem o Play 3, em breve terá o Play 4 na geração seguinte, etc. Geralmente as plataformas de cada geração competem com poder de processamento parecido, tendo cada plataforma seu diferencial.

Console: Plataformas de video-game, como Playstation, Xbox, etc.

Frame-Rate: a taxa de quadros por segundo que um jogo roda. Quando um jogo é "pesado" demais para a máquina que o processa, é normal que essa taxa caia, deixando assim o jogo lento.

Lag: lentidão, atraso. Nesse post usei para me referir à situação descrita acima.

Placa de vídeo: O componente do PC mais importante para rodar jogos, responsável pelo processamento gráfico, possibilitando, quando avançada, a renderização de gráficos 3D como estes (clique para ver em tamanho real):


Processador: A unidade mãe de processamento, o cérebro do PC. De uma forma bem leiga, quanto mais núcleos, mais potência, como se seu cérebro tivesse mais neurônios (alerta: O uso de maconha próximo ao computador pode diminuir sua capacidade de processamento)

Exclusivo: Quando uma desenvolvedora de jogos assina contrato com uma fabricante de consoles para só lançar o jogo para sua plataforma, visando impulsionar as vendas da mesma.

Serrilhado: Graças a imagens em 3D serem compostas por píxels (que são quadrados), por muitas vezes pode-se notar nas bordas de praticamente tudo o que for na diagonal, serrilhados. O filtro que elimina isso (Anti-aliasing, AA) é conhecido e é pesado para processar.

V-Sync: Função pesada de processar que sincroniza a frequência que os gráficos são processados, com a frequência da TV ou monitor, eliminando assim erros de imagens como saltos na tela e a imagem quebrando (geralmente coisa de 1/3 de segundo).

Enfim é isso. Vlw aí. Eu nem pretendia postar isso aqui, mas gostei do comentário lá e decidi fazê-lo. Em breve volto com uma postagem legal, estadual e bonita como a anterior. Vlw.

terça-feira, 8 de março de 2011

A orientação sexual e minha opinião sobre sua construção e impactos dentro da sociedade

Olá a todos. A postagem de hoje é séria, portanto vou evitar as habituais piadas e palavrões que geralmente decoram meus textos aqui postados. Como já pode ser notado, adotarei também um linguajar mais rebuscado, buscando auxiliar à completa compreensão do texto, assim como minha expressão através dele.

Comecemos então, com esta que deverá ser uma das mais polêmicas publicações até então.

Orientação Sexual, de acordo com definições encontradas online, dicionários, entre outras coisas, descreve um padrão de atração emocional, romântica ou sexual para com homens, mulheres, ambos, nenhum ou outro gênero. É, no linguajar simples e direto, o que chamamos de Homossexual, Bissexual, Heterossexual, etc.

E aqui hoje vou falar sobre minhas concepções, opiniões e conhecimentos sobre o assunto, buscando um olhar imparcial – ainda que, como estamos todos sob influência de nosso âmbito social e dos estudos que realizamos anteriormente à escrita, um olhar completamente imparcial seja impossível.

Alertas prévios:

Antes que de fato comece a escrever sobre o tema, sinto-me na obrigação de alertar que de forma alguma me considero sociólogo, filósofo, psicólogo, biólogo, ou bastante estudado em qualquer outra ciência que eu venha a abordar mais a frente. Porém também acho importante lembrar que não é necessário ser um matemático para realizar uma equação de terceiro grau. Também acho importante o aviso de que com o texto que digito no momento, não pretendo de forma alguma ofender, descriminar e/ou julgar qualquer grupo social, portanto se ao chegar ao fim das linhas, você se sinta assim, nada posso fazer. Por fim, digo que o texto é pessoal, logo nada que direi aqui estarei afirmando como a verdade absoluta, apenas minha humilde e sincera opinião, baseada em estudos e ciências que a mim fazem sentido. Agora vamos começar.

Refleti durante vários minutos sobre por onde deveria começar o texto e cheguei finalmente a uma pergunta inicial: O que define a orientação sexual de uma pessoa? Em minha humilde opinião, a orientação sexual é, antes de qualquer outra coisa, definida por fatores sociais e psicológicos e é com esses fatores que pretendo trabalhar pelo resto do texto, deixando, talvez, a biologia um pouco de lado, pelo menos para o começo.

É claro que existem, sim, argumentos biológicos para tanto a descriminação quanto para a justificação das orientações sexuais que sofrem a maior parte da descriminação da sociedade, isto é, aquelas que definem um padrão de comportamento romântico, sexual ou emocional para com o mesmo sexo, no entanto, humildemente devo assumir que não tenho o estudo necessário para trabalhar meu pensamento com (ou contra) tais argumentos. Dessa forma, meu texto tornar-se-ia uma verdadeira bagunça caso eu tentasse incorporá-los em meio à minha forma de pensar o polêmico tema.

Mas então que fatores sociais e psicológicos seriam estes? Fatores culturais, eu assumo. Partilho da opinião filosófica de que o ser humano não se encaixa, naturalmente, em nenhuma das orientações que conhecemos, pois imagino um homem primitivo: Este visa apenas seu instinto, sua reprodução e o prazer o qual o instinto lhe compele a buscar. Há argumentos, é claro, de que o ser humano seja naturalmente heterossexual, assim como há argumentos de que ele seja naturalmente bissexual, porém como mencionei acima, discordo de ambos em função do exemplo já mencionado. Necessito então de outra pergunta retórica em vista que possa progredir com meu raciocínio: Pelo que, então, sentimos atração? Eu particularmente modificaria essa pergunta e a direcionaria ao leitor de meu texto: Pelo que você sente atração? De certo, se várias pessoas lerem este escrito, serão obtidas várias respostas diferentes. Afinal, uns ou umas gostam de mulheres louras, morenas, que vestem roupas de alto custo, que vestem roupas decotadas, que não vestem nenhuma roupa... Ou talvez de pessoas gordas, magras ou musculosas, ou com traços asiáticos, de pele negra, morena, pálida, que usam óculos, que entendem de matemática, jogos, filosofia, sexo, que têm poder sócio-econômico e/ou político, entre outras centenas de milhões de características e/ou combinações destas que podem levar Alberto a sentir-se atraído por Luciana, por José, por ambos, ou ainda pela torneira de seu banheiro. A questão é que, salvo exceções, a meu ver não nos sentimos atraídos por sexo X, mas sim por um conjunto de características culturais pertencentes ao sexo masculino, feminino, ou ambos.

Todavia, muitos homens, mesmo sentindo-se demasiado atraídos por uma mulher em especial, jamais teriam um romance, ou mesmo quaisquer relações de cunho sexual, ao descobrirem que tal mulher na verdade modificou seu sexo ao longo da vida, tendo previamente sido um homem. Mas por que se esta satisfaria todos os fatores que eles precisariam para que pudessem ter com ela quaisquer relações sexuais ou afetivas? A resposta reside em outra série de características, que desta vez eliminariam a atração, sendo que podem ser exatamente aquelas mesmas que a criariam em outra pessoa, estando “Não ter nascido mulher” entre elas. Afinal, dentro dos conceitos do personagem aqui imaginado, ali não há uma mulher de verdade e sim algo pelo qual ele não sente nenhuma atração, ou talvez sinta, no entanto sua moral o compele a acreditar que é errado estar com tal pessoa, entre outras centenas de motivações possíveis para que seu sexo NÃO se oriente a ela.

Dentro da questão moral, aliás, podemos abordar uma série de questões também culturais, como o senso comum, o senso de formação da família tradicional e criação de filhos, a religião, entre outros fatores que se exprimem dentro da cultura de absolutamente todas as sociedades humanas. Tais fatores podem levar a diversas atitudes tanto em relação à própria, quanto em relação à orientação sexual alheia. O ser dentro da sociedade (e o conceito de orientação sexual só faz sentido ao ser colocado num âmbito social) pode sentir-se orgulhoso de sua orientação, seja porque acredita que aquilo é o certo, seja porque aquilo é uma forma de se auto-afirmar contra a discriminação que sofre; pode sentir-se errado e reprimi-la; pode descriminar a alheia, porque no fundo ele sente a mesma coisa, mas tem inveja do simples fato de que o próximo a expressa publicamente e ele, acreditando ser errado, imoral, ou uma série de fatores, não o faz... Dentre muitas outras situações que assumir – ou não assumir publicamente – uma orientação sexual podem ter dentro de um meio social.

Agora utilizemos de algumas exemplificações e explicações mais diretas: Pensemos num homem gay. Vamos chamá-lo de Alejandro. Alejandro veste-se com roupas e adota comportamentos que mostram a qualquer um que o veja de longe, qual sua orientação. Por que Alejandro faz isso? A meu ver, nosso personagem precisa desesperadamente se auto-afirmar dentro da sociedade, graças ao fato de essa descriminá-lo. Ou também pode ser que seja apenas um fator cultural gay – do qual eu acredito que a raiz seja a que descrevi – e que, após o convívio com outros homens também gays, Alejandro passou a, inconscientemente, mimetizar seus comportamentos. Pode até ser algum terceiro fator o qual não consigo pensar no momento, ou ainda um misto de todos estes. Alejandro sente-se atraído por homens musculosos, de cabelo curto e voz grave e profunda, talvez porque tais características exprimam a masculinidade para Alejandro, de forma que ele, por um fator – agora sim, chegamos ao ponto que até eu temia – talvez biológico, talvez psicológico, seja o que ele busca. Alejandro é homossexual, pois se interessa apenas por homens, no entanto ele busca as características que para ele definem um homem. Ou talvez não, de certa forma ele pode apenas buscar tais características, pois para ele elas representam poder, ou proteção. Mas vamos assumir que, no caso de nosso personagem, é devido a tudo isso representar a masculinidade, de fato.

No entanto, nem todos somos como Alejandro. Muitos de nós nos atraímos apenas por fatores os quais nos atraímos, sem descriminar se tais fatores provêm de um homem ou de uma mulher. Outros de nós somos capazes de abrir uma exceção a nossa normal orientação, visto alguma pessoa cumprir quesitos especiais, que muitas vezes nem sequer nós sabemos quais são.

Se a orientação sexual é um fator primariamente cultural, então ela não pode ser fixa. Ao longo da História, muitos estudiosos – dentre eles os mais famosos sendo Alfred Kinsey e Fritz Klein -, com a ajuda de pesquisas científicas e estudos baseados em dados de massa, afirmaram que a sexualidade – ou orientação sexual – não seria um fator fixo, como pensamos, mas sim móvel, modificando-se ao longo do tempo. De certo concordo com isso, já que nossa cultura está em constante mutação ao longo da vida. Um fator interessante é que ambos os estudiosos que citei acreditavam em uma espécie de progressão da sexualidade – apesar de que “progressão” não acredito ser a palavra certa. Essa progressão, no caso de Alfred Kinsey, começaria em 0 (completamente heterossexual) e terminaria em 6 (completamente homossexual), sendo 3 o “meio-termo”(bissexual, igual em relação a ambos os sexos). O trabalho de Klein, no entanto, aprofunda-se mais nesse caso, tratando de 7 níveis e trabalhando com a forma como a orientação seguir-se-á ao longo da vida do indivíduo. Portanto, assumo que um indivíduo de forma alguma nasça com sua orientação sexual, mas desenvolva-a ao longo de sua vida, ainda que fatores biológicos e de sua socialização primária (em especial nos primeiros três anos de vida) tenham papel fundamental em sua formação.

Atualmente é fácil observar na juventude um fenômeno de demasiados jovens bissexuais, ou que pelo menos assim assumem-se. Deixemos de lado expressões pejorativas usadas por grupos radicais (como “BUG”) e tratemos dessa questão mais imparcialmente. Antes de qualquer coisa é importante salientar que a adolescência é o período da vida em que a sexualidade – seja lá como se oriente – está mais latente do que nunca, assim como é onde o convívio com o mundo exterior e culturas diferentes se torna muito maior, despertando assim a curiosidade. Combinados esses dois fatores, mais a sociedade relativamente liberal do século XXI, já temos material suficiente para justificar tal fenômeno sem afirmar que os jovens buscam atenção, ou algo assim. No entanto, ao menos na forma como vejo as coisas, em muitos dos casos é realmente essa busca por atenção que acontece. No entanto há outra série de fatores. Talvez a carência, ou no caso das meninas a busca por atenção do sexo oposto, talvez a necessidade de colocar-se contra os padrões sociais em vista de uma formação psicológica rebelde, entre outras muitas situações possíveis. Todavia, vamos nos ater à primeira justificativa que apresentei, sendo esta: A combinação de uma sexualidade e curiosidade latentes a uma sociedade um tanto mais liberal que aquela do passado.

Partindo desse ponto, vou apresentar minha teoria, pois convivo intimamente com duas pessoas que se enquadram nesta categoria talvez moderna – ou talvez não – da bissexualidade. Meu pensamento é de que, voltemos a quando mencionei os homens que, ao descobrirem que uma mulher havia nascido homem, a deixariam imediatamente? Isso em vista de um fator negativo fortíssimo para eles, o “não ter nascido mulher” ou “ter nascido homem” que na mente de nosso grupo de homens seria o mesmo que “não ser mulher” ou “ser homem.” A questão é que, graças a série de fatores da adolescência contemporânea que mencionei, tal ponto negativo deixa de existir, permanecendo apenas o “ser mulher” e “ser homem” como pontos positivos e não negativos. Graças a isso surge, além de uma atração pelo sexo oposto (no caso de pessoas predominantemente heterossexuais que assumem tal postura bissexual) ou pelo mesmo sexo (no caso de homossexuais na mesma situação), uma falta de aversão pelo sexo pelo qual tal pessoa não se sente atraída, dessa forma ela pode ceder a estímulos sentimentais, como apaixonar-se, ou a estímulos físicos, como ter relações sexuais com uma pessoa de um sexo pelo qual não se sentiria normalmente atraída, apenas pelo prazer sensorial proporcionado pela relação. Graças ao convívio com isso e com essas idéias e, acreditando-se bissexual, tal jovem passa a realmente sentir atração por ambos os sexos, porém mantendo um deles como sua atração predominante.

Outro ponto para o qual gostaria de chamar à atenção é da necessidade de provar-se como válido para seu círculo social que uma enorme quantidade de pessoas possui. Graças a isso, muitos desses indivíduos, acredito eu, reprimem sua verdadeira orientação sexual ou mantém a mesma em segredo para garantir o respeito daqueles que o cercam. Isso também é outro fator que influencia na demasiada quantidade de jovens bissexuais no século XXI.

Por hoje, finalizo meu texto sobre as orientações sexuais variadas e sua formação dentro da sociedade contemporânea. Espero que tenham aproveitado a leitura e que tenha causado pelo menos um pouco de reflexão.

Obs.: Gostaria de atestar que me posiciono absolutamente CONTRA as comuns descriminações contra pessoas que, voluntaria ou involuntariamente adotam comportamentos que as dão identidades sociais relacionadas à orientação sexual diferentes de “heterossexual”, pois graças aos fatores que acima escrevi, acredito que tais descriminações e julgamentos são demasiado equivocados.

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Meu amigo Hel me cobrou escrever no blog, então bati esse texto aqui... Agora são 6:13, mas tôbem desde umas 3:30 digitando, refazendo, etc. Espero que tenha ficado bom ae gente. Desculpa a falta de imagens, mas o texto puro deve permanecer imaculado. ( O que significa que eu tô com preguiça de buscar imagens legais pra pôr aqui).

Beijos e fiquem com... Hum... Roda Morta. Roda Morta rula. Sérgio Sampaio rula. Zeca Baleiro rula.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Arte, competição ou entretenimento? Minha concepção sobre os video-games

Quem me conhece, me conhece. Quem me conhece sabe o quanto eu gosto disso, ah, sabe sim... Puta que pariu. Mamãe pediu pra maneirar nos palavrões no blog, farei o possível.... Não.

Enfim, tô afim de falar um pouco sobre uma das minhas coisas favoritas: Video-game.

Eu costumo ter um certo preconceito com pessoas que não entendem muito, mas jogam, apesar de não ter nada contra quem afinal não joga... Apenas acreditar que essas pessoas não sabem o que tão perdendo.

Bom, video-game pra mim é sinônimo de 2 coisas: Violência e competição. Se não tem violência, tem que ter pelo menos competição, mas se só tem violência, então não é um jogo, é apenas violência sem sentido. Essa competição pode ser entre duas pessoas ou contra uma inteligência artificial previamente programada.

Enfim, o que importa é que... Heck, eu amo essa porra. De verdade. Tipo, pra mim video-game é arte. Indiscutivelmente! Tá, não indiscutivelmente, mas eu realmente acho que são. São entretenimento e competição, também, é claro!

Mas são também arte e são passíveis de análise, exigem dedicação e, principalmente, provocam reflexão! Aqui no Brasil, principalmente, video-games ainda são vistos como simples passatempos. O que na minha opinião, é inaceitável! Tipo, ninguém investe milhões de dólares na produção de um simples passatempo. Ninguém contrata equipes de pessoas formadas, ninguém contrata roteiristas, animadores, programadores, dubladores e mais uma infinidade de funções pra simples passatempos! Simples passatempos não contam estórias profundas e provocativas de reflexão. Simples passatempo não duram dezenas (centenas?!) de horas, não exigem estudo nem dedicação.

Eu não acho que jogar video-game seja arte, mas fazer é sim. E jogar é apreciar essa arte, como olhar uma pintura, ouvir uma música.

Um jogo é um mundo condicionado a um número de ações que podem ser tomadas, baseado no tipo de jogo. Eu em geral não gosto muito de jogos de esporte, eu prefiro jogos que contam estórias, que te transportam pra outro mundo de verdade, permitem viver uma aventura. Eu já chorei em finais de jogos e, sinceramente, acho que alguém que não choraria nas ocasiões que eu o fiz, é no mínimo insensível.

As pessoas não-gamers não têm idéia da grandiosidade de um bom jogo de video-game. Não têm NOÇÃO do que aquilo representa, do que aquilo é. Sinceramente, há músicas de jogos que eu acho superiores à todas as músicas que muita gente gosta, como essa aqui por exemplo:


(Pqp, Yoko Shimomura arregaça.)

E essa:



Enfim, acho que deu pra entender. Tipo, isso claro, além de personagens e dubladores apaixonantes.

As pessoas em sua maioria não compreendem como os video-games são foda. Pronto, simples assim. São complexos e interessantes, e têm pra todos os gostos. Eu tenho uma teoria que as pessoas que não jogam, não o fazem por preconceito, porque sinceramente...

Lembrando também que muitas pessoas dizem "Ah, não consigo, não tenho coordenação" ou qualquer coisa assim. Bem, isso é porque a pessoa tá tratando aquilo como um passa-tempo bobinho e não entende que requer horas de dedicação.

Enfim, vou encerrar aqui dizendo que pra mim video-games são arte sim; e são uma arte bastante injustiçada. u.u''

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Minha relação com Xena - A Princesa Guerreira

Eu acho o título dessa postagem meio esteticamente tosco, mas não encontrei melhores palavras para dar nome ao que vou falar aqui, pois o que eu estou prestes a digitar, é uma análise do meu âmago, vou cavar fundo dentro de mim e buscar explicitar pra quem ler, minhas idéias sobre, adivinhar ganha doce: Minha relação com "Xena - A Princesa Guerreira", minha obra de ficção favorita de todos os tempos.

[Primeira música: Pluvius Aestivus do Pain of Salvation ]

Eu nem sei por onde começar! Tipo, falar de XWP pra mim é meio sem fim a conversa, mas pelo menos eu teria uma idéia! Mas falar de mim e XWP! Isso é loucura. Mas eu sou louco e é loucuras são o que faço.
Pois bem, pra falar de minha relação com XWP primeiramente eu vou separar o meu "Eu em relação à arte" entre dois opostos que se entrelaçam eventualmente:

O crítico, filósofo, chato; E o bardo, apaixonado, poeta.

Um teoria, o outro sentimento. Razão e emoção. E eu tenho que dizer que, por mais que esse primeiro lado (que geralmente mostra-se muito mais latente) saiba apreciar Xena apesar de tudo, é o bardo quem ama essa série, quem tem essa ligação tão especial com ela.

[Segunda música: Nocturne do Secret Garden]

Porque se eu fosse analisar Xena - Warrior Princess como qualquer outro seriado, eu diria que é uma obra de ruim para mediana, entupida de clichês, com algumas coisas porquíssimas e tosquíssimas em vários aspectos! E eu sei que vários xenites tão com vontade de me mandar tomar no cu agora! Eu também mandaria, se não fosse eu mesmo quem tivesse escrevendo!

[Terceira música: Stream of Counciousness do Dream Theater]

Acontece que XWP não é, não foi, NUNCA SERÁ qualquer outro seriado. Pelo menos não pra mim e eu sei que pra muita gente também não! E agora eu vou dizer porquê:

Porque todas obras de ficção buscam se igualar à perfeição, possuem uma espécie de simetria em seus roteiros. Mas Xena, por mais que isso até possa ser justificado pelo envolvimento de vários autores e tal (mas eu duvido, porque há outras séries assim!)... Xena é como a vida! A vida não é simétrica, as coisas na vida não acontecem pensando se vai ser um roteiro bem construído! E se acontecem, pasmem, Deus (no qual eu não acredito) é um péssimo roteirista! Em Xena as coisas acontecem e aconteceram! Já era (ou não)! A série é humana, não como todo mundo, mas pelo menos como eu! E mesmo sendo humana, consegue trasmitir o quê de ficção e utopia sentimental que precisamos em ficção. É algo incrível, indescritível em palavras. Tudo o que eu posso dizer é que a ligação que eu (e presumo, a maioria dos xenites) tenho com aquelas duas, e com o resto dos personagens também, é algo especial. Pau no cu da máxima sentimental, é isso mesmo.

Tipo sei la, é como se um pedacinho de cada um de nós, e tantos meus fossem sendo expressados ao longo de simples seis temporadas! E quem me conhece sabe o quanto a maioria das coisas de XWP vão contra aquilo que eu digo, penso, acredito! Tem tanta coisa com a qual eu me identifico mais, tipo o niilismo da mitologia "lovecraftiana", tipo Dexter... Bem eu ia dizer "Tipo Anne Rice" mas acho que é o mesmo lado que gosta de XWP que aprecia o trabalho da Sra. Arroz. Enfim voltando! Mesmo com tudo isso, é Xena que tá cravado no fundo do meu coração, por algum motivo que eu venho tentando explicar aqui, em vão.

[Quarta música: Pagan Poetry da Bjork]

Eu confesso que às vezes eu tô aqui e penso algo como "Ah nem curto mais tanto Xena, foi algo mais momentâneo..." Mas basta abrir um episódio e assistir NÃO MAIS QUE DEZ SEGUNDOS e eu me lembro que isso não vai acontecer, porque é algo especial pra mim. Eu não preciso de lógica pra amar XWP, e sim, eu amo.

Eu não coloquei nenhuma imagem nesse post, nem colocarei. Porque se eu for ficar escolhendo imagens de Xena, eu vou demorar tipo umas horas olhando qual é a "mais perfeita".

E não vai ter videozinho aqui também não! Porque não rola, também ia ficar anos escolhendo. Enfim é isso. '-'


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Nós não amamos as pessoas, amamos nós mesmos.

É isso que você leu no título. E não importa o quanto você conteste essa afirmação, um dia você vai perceber que ela é verdade, de um jeito ruim ou de um pior ainda. O que eu vou escrever aqui, só deve ser lido se você consegue entender o que essa frase quer dizer. Essa postagem será curta e grossa.

Pois bem, a gente finge que isso não é verdade. A gente luta contra isso, a gente aprecia ficção, aquele lugar onde as pessoas realmente se amam, ou talvez nem lá. Tudo pra esquecer que uma máxima tão cruel, porém tão verdadeira existe. Tudo pra se sentir melhor, pra se sentir menos mal-amado, pra enxergar um pouco de cor-de-rosa em um mundo que todos sabemos, é cinza, não tem cor. A máxima é explícita, você não ama ninguém, não gosta de ninguém. Você gosta é de si! Só. Sem mais. Incontestável. Pau no seu cu se você discorda, porque se discorda, é porque não entendeu a frase de verdade. As coisas que a gente idealiza, emocionais, materiais, nada disso existe, tudo isso é mentira, coisas inventadas pra dar significado a algo insignificante, que é a nossa vida. Nossa vida só faz sentido em grupo, mas mesmo em grupo, mas ainda assim... Porém continuamos a tentar dar sentido a uma existência individualmente insignificante, buscando uma noção de individualidade e auto-grandeza que, novamente: Não existe.

A máxima que dá nome ao post, é baseada numa outra, que não sei quem foi que falou, mas que não fazemos sexo com as pessoas, fazemos sexo com nós mesmos. Se fazemos sexo só com nós mesmos, só amamos, gostamos, temos afinidade, com nós mesmos também. Será que só odiamos, sentimos raiva, etc, de nós mesmos também? Não to nem com vontade de pensar nisso agora. Foda-se.




sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Análise do Mês #1



Bom, esse é o primeiro post "Análise do Mês", ou seja, mensalmente eu vou fazer um review de alguma coisa. Que coisas? Não sei, pode ser de filme, jogo, série (por temporada), livro, album, etc. Eu quem vou decidir isso. Será todo dia 15. E pra iniciar isso, eu escolhi a primeira temporada do seriado de TV Nurse Jackie.



Bem, eu terminei de assistir à primeira temporada ontém e, caralho, é foda. Optei por analisar as séries por temporada porque elas variam muito de uma pra outra... Muitas vezes essa variação afeta a qualidade, portanto. Enfim, vamos ao review.

Minha sinopse

Jackie é uma enfermeira em um movimentado hospital de NY. Entre um paciente do hospital e outro, parte para tornar a vida mais fácil, parte por causa de suas terríveis dores nas costas, ela toma, cheira, mastiga, coloca no café, ou ingere de algum outro modo doses cavalares de drogas legais cujas vendas são proibidas sem prescrição médica.

Se você que está lendo teve a impressão do meu amigo de "Ah é tipo um House feminino", pode ir tirando o cavalinho da chuva. A primeira coisa que me chamou a atenção à série, é que Jackie não é linda, não é jovem, não mostra a bunda, não é super inteligente, comete erros com frequência, é infiel em seu casamento e se fode pra caralho, além de ser uma junkie-de-drogas-legais de carteirinha. Trocando em miúdos, ela é um pouco como todos nós. Mas então o que a torna a personagem principal ao invés de outro personagem? Bem, algo com o House ela tem em comum, sim: A irreverência. Jackie não tem papas na língua e xinga mesmo. Ao invés de ser super-sarcástica como o médico-popstar, ela fica é puta mesmo e manda se foder! HUAHUAUH E passa por cima de qualquer barreira legal, ética ou burocrática pra fazer aquilo que acredita ser o certo. Mas mesmo assim, com todos esses defeitos, ela é uma personagem apaixonante: Apesar de tudo, Jackie mostra-se uma pessoa decente, inteligente (sem exageros) e, acima de tudo, ter um grande coração, mesmo que ela não admita isso com facilidade.

Mas eu tô falando muito da protagonista, significa que os outros personagens ficam obsoletos, então?

Sim e não.

Os episódios têm 30 minutos apenas, então é natural que seja um seriado centrado, mas mesmo assim, os outros personagens são (quase) tão apaixonantes quanto Jackie. Temos a Drª O'Hara, médica e melhor amiga de Jackie, que apesar de ser um tanto inconsistente no começo, se mostra igualmente humana ao longo da temporada. Temos o farmacêutico do hospital e amante da protagonista, Eddie, que não tem foco no começo, também, mas se mostra um personagem bem consistente no final, entre muitos outros personagens interessantes! Isso além daqueles que aparecem por um único episódio, como a maioria dos pacientes, mas mesmo assim em muitos casos, cativam.




E a atuação?

Na minha opinião é ótima, principalmente de Edie Falco no papel principal. Nada do que reclamar aqui.

Então é um seriado perfeito? Qual seu veredicto, grande mestre Yan?! (kkkkkkkkkkkk)

Bom, pelo menos julgando pela primeira temporada, eu achei o roteiro um tanto quanto inconsistente (dá aquela conhecida impressão de que vão inventando enquanto a gente assiste)... E minha maior queixa: O hospital parece uma pré-escola, é uma bagunça! Enfermeiras reais que me corrijam, mas eu acho um bocadasso de situações no hospital super-forçadas e irreais, só pra serem engraçadas mesmo, mas que acabam cortando um pouco a ligação tão forte que a série faz com nossa humanidade. No geral, porém, eu me surpreendi ao achar excelente, porque, confesso: Quando minha amiga Ary me recomendou a série (na verdade barganhamos e foi minha parte u.u''), pensei que ia achar no máximo "Legalzinho". Mas é a vida...
É uma série boa pra alguém que está procurando algo pra ver no almoço, mas também boa pra alguém que quer algo interessante, sem comprometer o tempo e ainda por cima, dar boas risadas.

Minha Nota: 7,5

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Espero que quem leu tenha gostado, esse foi meu primeiro review de seriado e tal, enfim, pra não tirar o foco do post, sem musiquinha u.u'' Eu ia deixar um trailer, promo ou qualquer coisa assim, mas não achei nenhum decente.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A Rosa

Um conto minúsculo que decidi postar aqui. Acredito que escrevi inspirado por Dreamcatcher do Secret Garden.

Os pés tão delicados, descalços amassavam a grama com tal delicadeza que, se ela pudesse sentir não se importaria. A garotinha que mais se parecia com um anjo, colheu do chão a rosa que crescia sozinha e levou-a até ficar próximo do nariz o suficiente para que pudesse sentir o cheiro. E os olhinhos azuis, tão banhados em inocência, viram no vermelho da rosa uma semelhança tão chocante, que sua mãozinha deixou que a flor fosse ao chão. Pois aquele vermelho parecia-se demais com o vermelho do sangue que a cercava, dos corpos mortos naquele campo de batalha, que tinham seus interiores tão expostos, que banhavam a imensidão verde de vermelho. E foi essa descoberta que levou a criança ao estado de choque. Pois tão inocente, percebeu em sua mente infantil que a rosa que ali surgira tão sozinha, não representava a vida, mas a morte e o sangue que a cercava.

É isso, e fiquem com a música que escrevi o conto ouvindo:

sábado, 8 de janeiro de 2011

Meu mórbido conto de Natal...

*ouvindo Iter Impius* (precisava escrever isso...)
Bem, então... Lá vamos nós no post. A parada é que nas proximidades do Natal eu tive uma idéia para um conto que nunca se concretizou, graças à infinidade de preguiça e consequentemente, falta de produtividade. Adicione isso a uma certa falta de inspiração (quem cria, seja o que for, sabe que idéia e inspiração são diferentes.) e o conto nunca saiu. Por mais que eu esteja lá um "pouquinho" atrasado, foda-se, postarei o conto assim mesmo! Se não me engano, este é meu primeiro conto que posto aqui. Mas bem, uma hora a gente tem que postar essas coisas, porque a gente não resiste. Tenho de ressalvar que enquanto escrevo esse texto, o conto ainda descansa na minha mente, portanto, escreverei-o diretamente aqui, agora. É um conto instantâneo, basta adicionar letras. Agora vô colocar algo instrumental e triste (leia-se "Astor Piazzolla") e mãos ao teclado.


Peru assado na ponta do cigarro

Eu tô vendo a neve cair. Puta ironia, porque eu sou brasileiro, tô acostumado a passar o Natal
debaixo de um sol desgraçado. Mas a vida me trouxe até aqui, até essa situação tão indígna
que me pergunto se o castigo divino realmente existe. Idiotice, lógico que não existe. Se não eu
estaria sendo torturado nesse momento da forma mais cruel possível, porque se eu fosse Deus, seria isso que eu diria que, bem... Eu mereço. Mas Deus não está em questão, não que eu não acredite nele, só acho que ele é um babaca. Por um momento eu tenho vontade de gritar "Ouviu isso, Deus?! Você é um babaca!" Pra todos esses americaninhos de bosta saírem em suas janelas e pensarem que sou algum louco falando espanhol. Vê? Se Deus não fosse um idiota, os Estados Unidos não existiriam. Eu queria comer peru hoje. Eu sei, era pra comer peru na véspera, mas porra não comi também, queria comer hoje. Minhas feridas tão doendo, acho que eu não aguento muito mais e eu tenho preguiça o suficiente pra não querer levantar a cabeça e ver se os trapos tão manchados de sangue. Tudo dói. Não sei por que me agarro à vida com tanta força ainda, devia me deixar morrer logo. Acendo um cigarro pra aliviar o processo. os americaninhos de bosta costumam ter lareiras no Natal... Bom, eu tenho pelo menos um cigarro. Aliás, pena que não dá pra assar um bom peru nele... Não que o peru se asse na lareira. A tinta da caneta tá falhando, por causa do frio. E esse papel tá quase voando da minha mão, tá meio ventando. Sei lá, o frio não me deixa sentir mais nada direito... O papel querendo voar é a única indicação de que tá ventando pra mim, mas foda-se, agora que minha hora tá chegando, tô começando a refletir. A folha acabou. Vou escrever no verso. Pois bem, começando a refletir sobre minha vida, sobre as pessoas que matei friamente, sobre os golpes que dei. E agora num desses golpes eu fui, bem... "Golpeado" e perdi tudo. E agora o frio consome meus ternos caros que não me protegem do mesmo. O couro refinado dos meus sapatos nada significa. Que deprimente é não ter dinheiro. Feliz natal, americanos malditos. Nossa, eu não tô conseguindo segurar o cigarro com a mão mais. Penduro ele na boca. Que bom que ainda consigo escrever. O papel tá quase acabando, o cigarro e a minha vida também. Chegou no filtro. Fumei esse devagar pros meus padrões, mas foda-se. Agora, por fim, eu cuspo o filtro na neve ali a alguns centímetros pro meu lado. O papel... Eu vô abraçar ele, pro vento não levar, pra alguém achar ele comigo. Última linha, vô colocar esse ponto final e fechar os olhos.

Fim

Bem é isso espero que tenham gostado *-* Não li o que escrevi, nem revisei, então perdoem eventuais discordâncias e/ou erros de digitação. Fiquem com a música que eu mais me inspirei pra escrevê-lo:


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

6 Dicas do Yan pra escrever sem parecer um acéfalo

Olá a todos. Antes de começar esse texto, eu queria dizer que eu em hipótese alguma me considero um bom escritor, porém, a gente faz o que pode. Além disso, gostaria de, ao invés de convidar, PEDIR que alguém decida se unir ao blog, fazendo um favor. Porque não dá, eu não consigo criar textos decentes com pouco intervalo de tempo. Pois bem, vamos ao que interessa.

Durante muito tempo, eu fui membro ativo da comunidade "O Livro dos Contos" no Orkut, onde qualquer um podia escrever algo e postar lá. Vendo isso, somado à experiência com leitura e escrita que tenho, e com o aprendizado que tive com os próprios erros, gostaria de tentar ajudar aqueles que escrevem no grande mundo da literatura independente, com algumas dicas. De escritor amador pra escritor amador.

Pois bem... Here we go. Lembrando que essas dicas podem ser ignoradas se você escrever incrivelmente bem.

DICA 1:

Livro não é anime, nem filme de ação. Você quer escrever uma estória com ação, legal, mas tome muito cuidado: Descrever golpe por golpe, movimento por movimento, vai fazer parecer o Scooby Loo, naquelas tipo "Daí eu dou uma de esquerda e uma de direita e...!!" Isso não é legal. Coreografia num filme é bom, num livro, vão apenas ser um bando de descrições cansativas. Não tô dizendo que não pode ter ação, só tô dizendo que é melhor não descrevê-la literalmente. Focar nos sentimentos dos personagens, por exemplo, é uma escolha um pouco mais sábia, penso eu.

DICA 2:

Só porque você leu X e ficou inspirado, não significa que você possa escrever X. Principalmente se você não escreve tão bem quanto o autor da obra que você leu, e isso ocorre facilmente. Você leu O Senhor dos Anéis, ok. Isso não te dá o direito de sair inventando seu próprio mundo medieval com uma estória IGUALZINHA, só trocando elementos substanciais (por exemplo, ao invés de um anel, ser um amuleto) e mudando um pouquinho as coisas que você não gostou.

DICA 3:

Leia. Não escreve bem, leia. E leia mais. E mais. E mais. Quando tiver certeza que leu o suficiente e pode escrever agora, aí você lê mais.

DICA 4:

Não crie estórias previsíveis e pobres de conteúdo, como as que mencionei aqui. Legal, aí aquela moça nova na cidade conheceu um garoto super legal e fofo e então eles vão passar por algumas coisas até se apaixonarem e por fim o amor deles vai superar os problemas?! Existem umas 6094650326094632046320649063209 estórias assim, então se você tava pensando em escrever algo assim, pega sua estória e ENFIA NO... Lixo.

DICA 5:

Foque no lado ideológico, sentimental, abstrato da obra. Uma narrativa puramente física dificilmente vai prender.

DICA 6:

Tenha auto-senso crítico. Não adianta escrever algo e dizer "Putz fiz algo muito foda" se só você e sua mãe acham isso. Procure opiniões, e não se abale quando alguém disser que está uma merda, principalmente se todo mundo fizer isso.

Claro que tudo isso é pra se você for escrever ficção. E fiquem com Alecrim, alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeadooo (8' HAUHAUHAU