sábado, 8 de janeiro de 2011

Meu mórbido conto de Natal...

*ouvindo Iter Impius* (precisava escrever isso...)
Bem, então... Lá vamos nós no post. A parada é que nas proximidades do Natal eu tive uma idéia para um conto que nunca se concretizou, graças à infinidade de preguiça e consequentemente, falta de produtividade. Adicione isso a uma certa falta de inspiração (quem cria, seja o que for, sabe que idéia e inspiração são diferentes.) e o conto nunca saiu. Por mais que eu esteja lá um "pouquinho" atrasado, foda-se, postarei o conto assim mesmo! Se não me engano, este é meu primeiro conto que posto aqui. Mas bem, uma hora a gente tem que postar essas coisas, porque a gente não resiste. Tenho de ressalvar que enquanto escrevo esse texto, o conto ainda descansa na minha mente, portanto, escreverei-o diretamente aqui, agora. É um conto instantâneo, basta adicionar letras. Agora vô colocar algo instrumental e triste (leia-se "Astor Piazzolla") e mãos ao teclado.


Peru assado na ponta do cigarro

Eu tô vendo a neve cair. Puta ironia, porque eu sou brasileiro, tô acostumado a passar o Natal
debaixo de um sol desgraçado. Mas a vida me trouxe até aqui, até essa situação tão indígna
que me pergunto se o castigo divino realmente existe. Idiotice, lógico que não existe. Se não eu
estaria sendo torturado nesse momento da forma mais cruel possível, porque se eu fosse Deus, seria isso que eu diria que, bem... Eu mereço. Mas Deus não está em questão, não que eu não acredite nele, só acho que ele é um babaca. Por um momento eu tenho vontade de gritar "Ouviu isso, Deus?! Você é um babaca!" Pra todos esses americaninhos de bosta saírem em suas janelas e pensarem que sou algum louco falando espanhol. Vê? Se Deus não fosse um idiota, os Estados Unidos não existiriam. Eu queria comer peru hoje. Eu sei, era pra comer peru na véspera, mas porra não comi também, queria comer hoje. Minhas feridas tão doendo, acho que eu não aguento muito mais e eu tenho preguiça o suficiente pra não querer levantar a cabeça e ver se os trapos tão manchados de sangue. Tudo dói. Não sei por que me agarro à vida com tanta força ainda, devia me deixar morrer logo. Acendo um cigarro pra aliviar o processo. os americaninhos de bosta costumam ter lareiras no Natal... Bom, eu tenho pelo menos um cigarro. Aliás, pena que não dá pra assar um bom peru nele... Não que o peru se asse na lareira. A tinta da caneta tá falhando, por causa do frio. E esse papel tá quase voando da minha mão, tá meio ventando. Sei lá, o frio não me deixa sentir mais nada direito... O papel querendo voar é a única indicação de que tá ventando pra mim, mas foda-se, agora que minha hora tá chegando, tô começando a refletir. A folha acabou. Vou escrever no verso. Pois bem, começando a refletir sobre minha vida, sobre as pessoas que matei friamente, sobre os golpes que dei. E agora num desses golpes eu fui, bem... "Golpeado" e perdi tudo. E agora o frio consome meus ternos caros que não me protegem do mesmo. O couro refinado dos meus sapatos nada significa. Que deprimente é não ter dinheiro. Feliz natal, americanos malditos. Nossa, eu não tô conseguindo segurar o cigarro com a mão mais. Penduro ele na boca. Que bom que ainda consigo escrever. O papel tá quase acabando, o cigarro e a minha vida também. Chegou no filtro. Fumei esse devagar pros meus padrões, mas foda-se. Agora, por fim, eu cuspo o filtro na neve ali a alguns centímetros pro meu lado. O papel... Eu vô abraçar ele, pro vento não levar, pra alguém achar ele comigo. Última linha, vô colocar esse ponto final e fechar os olhos.

Fim

Bem é isso espero que tenham gostado *-* Não li o que escrevi, nem revisei, então perdoem eventuais discordâncias e/ou erros de digitação. Fiquem com a música que eu mais me inspirei pra escrevê-lo:


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