quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A relação entre alienação pelo consumo, rebeldia adolescente e precocidade

Esse post está algumas horas atrasado e eu tô com os olhos ardendo morrendo de sono... MAS VAMO LÁ.

A questão que gostaria de levantar hoje, é sobre como o domínio (autoridade) dos pais sobre seus filhos diminuiu, de décadas atrás para cá. Bora?


Todos que estão lendo, com certeza já ouviram histórias de seus pais, sobre como seus avós lhes davam menos liberdade e tinham mais autoridade, respeito ou coisa parecida. É fato que hoje os adolescentes são muito mais rebeldes (em relação aos pais) do que os dos anos 50, e também os pais lhes dão muito mais liberdade. Mas por que isso ocorre?

A hipótese que gostaria de levantar, é, como se espera do título, que o consumo estabelece intrínseca relação proporcional à auto-pseudo-independência, também conhecida como rebeldia.

Não me recordo como a ideia me ocorreu, mas quando notei a relação, logo pensei "Ufa! Tenho meu post pra hoje!" Pois bem, vamos por partes, pelos fatos:

1 - A adolescência socialmente (e até biologicamente) ocorre cada vez mais cedo nas sociedades.
2 - Quanto mais consumo do produto industrial, mais alienação.
3 - A propaganda deve buscar atingir os instintos mais primitivos do ser.
4 - Os consumidores do produto industrial são cada vez mais jovens.

O que ao meu ver acontece, é que os produtos precisam cada vez mais atingir a vontade de compra das crianças. Enquanto nos anos 50/60 todo o produto que seria consumido por uma criança seria comprado pelos pais, cada vez mais a criança escolhe suas roupas, seus brinquedos... Escolhe do que quer comer até a escova de dentes que usará após a refeição. Quando um anúncio de roupas infantis ou brinquedos é transmitido na TV, ele busca atingir a criança para que o deseje (ainda que o dinheiro para compra venha dos pais) e não seus responsáveis para que o comprem. E esses produtos vão buscar atingir os instintos mais primitivos da criança para despertar esse desejo, é claro. E qual nosso instinto mais primitivo e latente, presente desde muito cedo (ainda que não tão biologicamente ativo)? O de reprodução (sexual) é claro.

Sendo assim, vemos brinquedos que buscam atender os fetiches (ainda incompreendidos) da criança. Vemos roupas que buscam atribuir ao ser, ainda na infância, um valor estético. E todos sabemos para que servem valores estéticos, não sabemos? Quando a criança passa a consumir como adulto (e a atividade de consumo é quase que a total representação da vida adulta hoje), vai passando a se sentir cada vez mais adulto (e ilusoriamente independente), à medida que consome mais e mais, afinal, desconta (como todos) suas frustrações (pela não-realização de seus instintos) em bens de consumo.

O adolescente é naturalmente rebelde, isso não vem de sua condição social, mas sim dos instintos sexuais latentes (e constantemente reprimidos pela sociedade) graças a sua condição hormonal. A questão é que, se ele for mais precoce, será rebelde mais cedo, naturalmente. Não bastasse, cada vez mais (e isso já tratei em outros posts) valores morais e tradicionalistas (pelos quais não tenho qualquer simpatia) são cada vez mais subjugados pela força do capital e de sua lógica (de fins ilógicos) de consumo. Dá-se menos valor hoje em dia a morais e tradições, graças ao fato que se dá MAIS valor hoje em dia à relação trabalho-consumo-trabalho-consumo-trabalho... E quanto mais cedo se consome, mais cedo se é gente, mais cedo se é um membro pseudo-consciente (pseudo por ser alienado) da sociedade, ainda que com toda sua inconsequência infantil/adolescente.

É claro que este muito provavelmente não é o único fator que contribui para a rebeldia cada vez maior. Poderia argumentar que, por exemplo, isso se dá pelos pais desejando a própria realização pessoal nos filhos, não os impondo, tanto consciente quanto inconscientemente, as mesmas barreiras às quais ficaram à mercê durante sua infância e puberdade. Além dessa, muitas outras causas são possíveis, mas não consigo deixar de enxergar a relação entre precocidade e consumo, ainda que não seja o último o único responsável por ela.

Desculpem se ficou mal escrito, ou se não falei nada com nada, mas minha cabeça dói e meus olhos ardem. Espero que tenham gostado.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

(Conto) A Maldição das Borboletas


Acho que muita gente já deve ter lido esse meu conto, seja eu mandando o arquivo, seja no orkut... Mas enfim, quem não leu tá aí. Boa leitura!

Era uma vez, há muito tempo atrás, uma terra de segredos e magia; e de seres gerados por tais segredos, seres infusos em tal magia. Nossa estória, caro leitor, ocorreu em uma mágica e linda floresta, situada nos confins deste mundo mágico e antigo, longe da malícia e ambição de qualquer ser intitulado “humano”. Pois enquanto as estórias nos quais estes envolvem-se sempre terminam em violência, luxúria e traição, nossa estória ocorreu e terminou pelos mais profundos instintos e pela mais límpida inocência.

Mas antes que você, caro leitor, abandone este mundo mágico que lhe espera e procure algo que melhor satisfaça seu interesse, trago de uma vez a pequena aventura do fado.

Pela floresta mágica, onde a tão dita magia fluía tão abundante que podia ser vista brilhando no ar sem precisar de razão para isso, vagava um fado - e por fado me refiro como deve imaginar, ao masculino de fada. Vagava alegremente, nu, em suas pequenas dimensões corporais, porém com um corpo de trazer suspiros às fadinhas de sua árvore - e até a alguns fados, dos mais ousados, também!

Mas não pelas fadas, tampouco pelos fados, batia o coração do jovem ser místico. Não, o dono de seus pensamentos, quando coletava o pólen das flores, era na verdade um par de asas! Oh, nesse ponto é importante ressaltar que além do rosto e do corpo, as asas eram um atributo da estética levado em demasia a sério pela sociedade dos pequenos seres mágicos.

Nunca vira o rosto, ou o corpo do par de asas que, de vez em quando, ao longe, capturava a atenção dos quase microscópicos olhinhos do coletor de pólen mágico. Mas era o suficiente para que o amor – e sim, falo daquele à primeira vista – fluísse do coraçãozinho alado. Oh, que asas lindas seriam aquelas que em flores tão longes, de um jardim da floresta que nunca ousara aproximar-se, colhiam também a essência das flores? Mas não importava a quem pertencessem, fosse fado ou fada, nosso protagonista às desejava com fervor.

E num dia em que, como todos os outros da floresta mágica, o Sol brilhava radiante no céu, banhando as plantas com sua flamejante sabedoria, o fado decidiu-se: voaria até o jardim ao longe e confessaria seus sentimentos para quem quer que fosse o dono daquele lindo e maravilhoso par de asas. E voou.

Mas ó, caro leitor, devo adverti-lo que, quando alcançou seu destino, o humanóide alado teve uma surpresa e que, nossa estória agora há de tomar um rumo trágico.

Quando o fado viu a quem pertencia o par de asas, pela primeira vez em séculos, sentimentos escuros tomaram o coração de um habitante da floresta mágica e, também pela primeira vez em séculos, o Sol deixou de brilhar no céu e nuvens negras e tempestuosas tomaram o antes azul brilhante que reinava acima dos seres mágicos que lá habitavam. Oh, sim, pois, diferente do que nosso protagonista esperava, quem possuía o par de asas não era uma linda e graciosa fada, tampouco um belo e viril fado. Oh, não, caro leitor, quem, ou melhor, o quê possuía as mais lindas asas que o fado já vira na vida, era, sem mais delongas, uma mariposa.


E como num passe de mágica, todos os sentimentos lindos e azuis que antes tomavam conta de nosso protagonista em relação à mariposa, tornaram-se cruéis e vermelhos e impulsionado por seu ódio e pela tensão que alimentou, durante tanto tempo, forçou a inocente e desprevenida mariposa contra a flor que esta colhia e, num ato obscuro que nenhum outro fado, seres de maravilhosa bondade e inocência, jamais realizara, violentou o inseto.

E como quem não fizera nada digno de atenção, foi-se embora e o sol raiou novamente por cima da chuva, formando um grande e belíssimo arco-íris.

Mas nossa estória não termina por aqui, caro leitor. Pois, alguns dias depois do ato odioso de nosso protagonista, a mariposa colocou seus ovos, como faria. Mas da união antinatural que o fado forçara sobre ela, nasceram as primeiras larvas que, mais tarde, em seus casulos, criariam lindos pares de asas como os de sua mãe e seriam, de toda a criação, as primeiras borboletas.

Fim.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Crítica ao comportamento irracional masculino

Antes de começar o texto, devo advertir que essa postagem é um desabafo amontoado de clichês. Um amontoado de clichês morais e estéticos que me ocorreu graças à observação do comportamento de algumas pessoas, tanto ao longo dos anos, quanto mais recentemente.

Primeiramente, gostaria de expor um ponto de vista do qual já falei por aqui: Mulheres não pensam como homens. Não importa quanta igualdade sexual (que por si só é uma piada) haja, a forma como a mulher pensa é fatalmente diferente, graças a vários fatores, tanto sociais quanto biológicos, quanto psicológicos. Até aí, é apenas a forma como as coisas são (em parte) naturalmente e não dá para dizer que há algo de errado nisso. No entanto, é muitíssimo importante lembrar que diferente não significa, em hipótese alguma, superior... Ou não. Na verdade, o que observo é que os pensamentos de ambos os sexos, especialmente em relação um ao outro, são igualmente e fatalmente MEDÍOCRES. Mas por meio deste desejo focar apenas na mediocridade do pensamento masculino. Criticar o pensamento e comportamento feminino, além de ainda mais clichê que este, necessitaria de novas observações.

Vamos deixar claro que, ao mencionar e criticar o pensamento masculino, não significa de forma alguma que eu não tome parte de pelo menos alguns dos mesmos hábitos e comportamentos que este compõe.


Algumas pessoas, homens e mulheres, não têm noção de o quanto a tirinha acima expressa a realidade. É fato comprovado que homens possuem um ranking de beleza entre as mulheres e calculam friamente aquelas que são possíveis candidatas sexuais (Ainda que em fantasia. Vulgarmente, as "comíveis") e as que não são (algo que com certeza muitas mulheres fazem também). E até aí, eu tenho certeza que não há mal nenhum nisso, é apenas uma expressão do nosso mais simples eros, expressa de maneira seletiva, graças a sublimação do instinto sexual. De certa forma, a seletividade é até que algo bom, apesar de sujeita aos padrões de beleza ditados pelo capital (talvez um dia eu escreva uma postagem relacionada à ditadura estética do capital). O problema é quando essa seletividade, o tal ranking da beleza, ultrapassa outros valores de significante maior profundidade.

A busca pelo prazer é inerente a todos nós e quem me conhece sabe que jamais criticaria a poligamia (desde que igualitária aos gêneros), o poliamorismo, o relacionamento aberto, etc. Todavia, é fato que se você procura um relacionamento saudável, ele não pode ser baseado em manipular o parceiro, ou, no caso, a parceira "titular", para que ela não descubra sua constante quebra dos votos que a ela confiou. O problema-raíz, é que a própria escolha da parceira é quase que totalmente refém ao ranking da beleza. Escolher o compartilhamento de uma vida, ou parte dela, em razão de valores estéticos parece absurdo, mas é o comportamento mais comum do atual tempo. Se a escolha de uma titular foi apenas em razão de um padrão estético, de nada importam votos éticos e morais que a esta forem feitos, se o padrão estético de "uma outra qualquer" a superar (ou mesmo em alguns casos, apenas chegar perto dela). E tudo isso para, no final, obter-se mais prazer, uma maior satisfação do eros anteriormente mencionado. Mas por que isso acontece?

A maioria dos homens, como expresso nos parágrafos anteriores, enxerga a grande maioria das mulheres que não conhece, como meros objetos canditatos a relações sexuais. Acontece que as que conhece também. Isso é até um comportamento natural, no entanto, o que quero criticar é justamente o fato de que se supera qualquer limite intelectual por uma cega e momentânea realização de prazer. A impressão que eu tenho é que o comportamento inerente à maioria dos homens, reféns de uma estética que governa toda e qualquer relação com o sexo oposto, é o de animais, irracionais, CÃES que buscam acima de tudo a cadela com o melhor cheiro para cegamente satisfazer o próprio instinto sexual. Minha crítica não é apenas à postura ética (enganar, iludir, manipular), mas à postura prática e, principalmente, à postura intelectual! Viver uma vida baseando-se apenas na cega satisfação do instinto mais primitivo, quando se trata do convívio social com o sexo oposto. Não importa a relação intelectual e afetiva que se tenha com a fêmea, importa apenas a estética! E pior, quando importam tais relações (sem deixar de lado a estética) e quando há um pensamento que dá importância a uma ética (não enganar, não iludir, não manipular), todo o resto, por vezes pode ser quebrado apenas pelo padrão estético em questão.

Enxergar um pedaço de carne, um valor estético e não humano, reificar toda uma parte da sua vida, em nome de um instinto primitivo. Esse é o problema. O problema não é buscar o prazer, o problema é fazer isso cegamente, principalmente no que diz respeito ao âmbito intelectual! É sacrificar uma parte da sua vida em nome da realização de um instinto que poderia ser saciado seguindo algum valor ético e intelectual. É esse sacrifício intelectual que eu chamo de comportamento canino. É um comportamento, em qualquer âmbito, irracional, a quase que total colocação do instinto (este em forma quase primária) à frente da razão.

Obrigado por lerem e fiquem com Gackt, faz tempo que não deixo algo dele aqui, mas coincidiu de estar tocando uma música dele no momento em que terminei o texto.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Filosofando a níveis viajados


Ia dar um nome mais convicto e sério para essa postagem, mas acredito que ela vai a níveis tão drogados e que sua filosofia é tão "de boteco", que não seria adequado. A verdade é que eu sequer sei direito sobre o que vou falar, mas vou digitar ouvindo o 1º concerto para piano em Mi menor de Chopin, então algo esdrúxulo não poderá sair, né? '-'

A questão que gostaria de abordar, é sobre a razão do Universo e apresentar alguns temas de discussão que filosofei. Não sou agnóstico, como disse tenho algum grau de crença em algumas coisas sobrenaturais e suas manifestações em plano físico. Também, por meio desta, quero falar um pouco sobre mim, pois não costumo fazê-lo muito por aqui.

Eu sempre quis morrer, desde criança. Não por mórbida depressão (salvo em algumas ocasiões), mas por um insaciável desejo de encontrar-me, face a face, com o sobrenatural; por uma vontade latente de saber qual das religiões estaria certa, seja qual fosse. Onde eu morava, havia uma mureta que ficava grudada à parede de uma casa. A casa, por sua vez, ficava ao lado de uma escada e se extendia até o fim desta. A casa era plana e a escada, obviamente, íngreme. Sendo assim, a casa era sustentada por um grande pilar no pé da escada. Eu, criança, me divertia diariamente em andar por aquela mureta (especialmente depois de jogar Prince of Persia hehe). Uma queda dali seria fatal. E por incontáveis vezes, senti-me tentado a saltar dali para o infinito. Não o fiz. Juro que não por falta de coragem, mas sim por medo de abandonar minha mamãe querida. Por medo das lágrimas que haveriam de rolar por sua face, caso eu o fizesse.

Essa vontade de cometer suicídio em nome do conhecimento daquilo que está normalmente fora dos limites científicos, perdura até hoje, mas não cogito a hipótese, pois sei que meu dia chegará. Tomara que demore, mas enfim, vamos ao que interessa.

Muitas pessoas acreditam que "agnóstico", significa estar em cima do muro, não acreditar nem deixar de acreditar, um meio termo entre o teísmo e o ateísmo. Eu mesmo utilizei o termo dessa forma durante muito tempo, mas ESTÁ ERRADO. Agnosticismo varia em vários graus, mas o principal fundamento dessa corrente de pensamento, é a crença de que, se o sobrenatural existe, está totalmente fora dos limites da razão. É eu acreditar que até eu ter meu encontro fatídico com o sobrenatural, eu não vou conhecê-lo por meio de religiões ou fenômenos.

Foi pensando sobre o agnosticismo (novamente lembrando que não sou agnóstico) que [pausa para tocar air violin] levantei a seguinte hipótese: E se o nosso raciocínio não for suficiente. Devo confessar que o meu pensamente assemelha-se um tanto ao do espiritismo Kardecista, mas há latentes diferenças, que não mencionarei. A idéia da hipótese é que, o ser humano ainda é um ser inutilmente racional. Que o raciocínio e o "poder" da mente humana ainda são fracos demais para conseguir uma compreensão do Universo. Baseando-se na teoria da evolução, basta observarmos a idade do Universo comparada à idade da raça humana e notar-se-há como ainda é jovem nossa espécie, em relação ao meio em que habita. [air piano agora] Sendo assim, o que nos garante que a evolução impulsionou nosso raciocínio ao limite? Nada! Se o raciocínio humano, isto é, a presença de pensamento e individualidade através da linguagem, surgiu a partir da evolução, é óbvio que este ainda não chegou ao seu limite, pois o homo-sapiens ainda é jovem a uma escala universal, mesmo a uma escala terrestre. Portanto, a questão com a qual comecei essa postagem em mente, foi a de que talvez nosso raciocínio, a tão mencionada razão humana, não seja suficiente para a compreensão do Universo.

Claro que é um pensamento clichê e batido, mas vale lembrar que se tem uma coisa que acredito, é na existência de vida inteligente fora do planeta Terra. E se essa vida inteligente está lá, talvez ela possua uma compreensão das coisas acima da que a nossa jamais possa chegar. Mesmo o conceito de vida, é tão vago que é impossível definir com total certeza o que é vida. Talvez a vida que exista lá fora seja tão diferente da nossa, que sequer a notamos quando a encontramos.
Isso tudo me leva a outra questão que pensei: E se o Universo for "Deus"? Espero que você, que está lendo, esteja familiarizado com o pensamento de Santo Agostinho sobre a causa-primordial. Se não estiver, useaporradogoogle.com.br porque não tô afim de resumir não.

O que pensei foi: "E se o Universo for a própria causa primordial?" Se o Universo se auto-cria e, dele, surge um pensamento racional primordial (lembrando que Deus, se existir, NÃO é perfeito, ao meu ver das coisas), então ele pode sim ser chamado de "Deus", não? Claro que não podemos compreender como o Universo poderia se auto-criar, ou o que haveria de existir anterior a ele (nada, visto ele ser a própria causa), mas não deixa de ser uma hipótese, um debate interessante a ser tomado, não?

Gostaria de lembrar a todos que lêem meu blog, que o meu objetivo aqui não é ditar idéias, mas sim provocar a reflexão. Não quero que tomem como verdade absoluta tudo que escrevo aqui, porque nem eu o faço. Quero, sim, que o que eu pensar (e escrever aqui), leve você, que lê a pensar. Propor debates e jornadas mentais que você que lê possa ter em grupo ou consigo mesmo. Meu objetivo é levantar questões e nunca resolvê-las. Claro que há o objetivo secundário, que é desabafar algumas coisas que eu penso, mas enfim, é isso.

Espero que tenham curtido, fiquem com o 1º movimento dessa maravilha tesuda e passem bem! =D

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

AVISO IMPORTANTE

Gente, eu quero dizer que, a partir de agora, vou tentar postar pelo menos um texto por semana! =D Juro que vou tentar adiantar alguns já pra conseguir manter essa meta mesmo que passe uma semana sem escrever, ok? E isso vale apenas para os textos normais, ou seja, artigos reflexivos. Isso significa que posso também postar poemas, desabafos, etc. durante a semana.

Todavia, tenho que avisar que não serei tão crítico com o que posto aqui. Isso significa que o critério para coisas que eu escrevo e posto vai ser reduzido. Há muitas coisas que escrevo ou penso que eu julgo não ser decente pra postar no blog, mas procurarei dar uma polida em tudo como sempre, ok?

Abraço a todos. o/

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A obsessão mal-direcionada do pensamento racionalista ateu

Depois de um bom tempo sem postar, me surgiu a inspiração a escrever um texto sobre algo que há muito tempo me irrita. Trata-se da obsessão em enfrentar a religião pelo movimento ateísta. LÁ VAI! \o\

(Na imagem: O Ateu: Ateus sem deus ameaçam a civilização Cristã)

O que temos a observar nas questões do grande movimento que há, tanto religioso quanto ateísta, é algo que está explícito desde o começo dos tempos: A Religião é um reflexo da Cultura. Os mitos sempre surgem, sim, para controlar uma população, empobrecer muitos e enriquecer poucos, etc, sim. No entanto é importante ressaltar que esses mitos e seus modos de vida implícitos não surgem apenas do nada, mas sim como reflexos mistificados de uma cultura já presente. Peguemos o exemplo da religião islâmica, onde a mulher é completamente subjulgada. Pense consigo mesmo: Você de fato acredita que as mulheres daquelas regiões não eram subjulgadas antes de o mito surgir? Só porque algo possui uma "desculpa celestial", não significa que esse algo não seria feito sem ela. "Vamos combater a religião, ela causa guerras, morte, conflito, alienação." é um pensamento ateu recorrente, e até verdadeiro. Mas pensem consigo mesmos nas guerras que "a religião causou" e reflita: Elas foram guerras em função de religiões ou de interesses políticos, apenas alicerçados em religiões?

O fato é que o combate ao conflito, guerra, alienação, é mais importante que o combate à religião em si. Vamos a outro exemplo disso: A Rede Globo. Claro que todo mundo sabe que as palavras Rede Globo e alienação andam juntas desde sempre, no entanto vamos observar o nosso tempo, longe das questões militares de décadas atrás. Assistindo à emissora, pode-se observar que, em todo o seu processo de alienação, da manhã até a noite, vemos pouca religião, ou uma religião tratada de forma nada séria. Isso extende-se aos comportamentos dos personagens das novelas (sendo estas um dos principais mecanismos de ditadura comportamental), que não possuem posturas religiosas, cansa-se de ver sexo, violência, atos vingativos, etc nas novelas da Globo, quase como se esta fosse uma emissora não-religiosa (salvo algumas referências culturais à religião católica, como casar na Igreja). Porque isso acontece todos sabem: A principal ameaça do monopólio total, que almeja uma fatia do bolo de gente pra emburrecer, é uma emissora com grande cunho religioso, a Rede Record. Agora fica a pergunta, que já tinha a resposta implícita desde o começo do parágrafo: Sem religião, a Globo aliena ou não (ozo ozo ozo, eu sou o rei da rima)?! Claro que sim.

Grande parte da população estadunidense realmente acredita que os soldados enviados ao Oriente Médio foram lá defender os ideais de Liberdade fundamentais de sua pátria mãe, algo ridículo perante aos olhos brasileiros, já que até em nossas apostilas nas escolas estaduais temos alguma informação de questionamento aos atos do governo dos EUA. Mesmo assim, o extremismo religioso está onde? Do lado árabe. Os EUA são o país que mais causa guerras (direta ou indiretamente), que mais causa miséria (idem), e, principalmente, que mais busca a alienação em massa. Ainda que exista um forte cristianismo por lá, é fundamental refletir se o país seria ou não seria assim, se não houvesse a religião, apenas o ateísmo. Novamente, é claro que seria.

A luta contra a religião e seus males, do movimento ateísta, parece cega a estas questões, lutando, provocando e enfrentando a religião de modo quase que (pasmem!) irracional, que é tudo que o ateísmo clama não ser. Não sou partidário de nenhuma religião, muito menos ateu, tenho até alguma crença no sobrenatural, no entanto é óbvio (há não ser que você seja um religioso alienado) que o ateísmo é melhor para o mundo do que a crença sobrenatural. O problema é que essa luta, e estou sendo redundante já, mira apenas uma face do problema. Eu, pessoalmente, acredito que os ateístas, que clamam ser tão racionais (e geralmente o são, ao menos muito mais que os religiosos), deveriam usar seu raciocínio e senso-crítico para combater, por exemplo, o capitalismo, que é, com absoluta certeza, um mal muito maior e mais poderoso do que a crença em entidades sobrenaturais.

O que me irrita de verdade, é que parece haver uma obsessão ateísta para com o ramo religioso e a luta contra este. Claro que devemos combater a religião e o pensamento ridículo que ela implica, mas antes disso devemos observar o mundo em que vivemos e as questões mais urgentes relacionadas a este. As igrejas são ridículas e cometem atrocidades, tanto socialmente, quanto psicologicamente, quanto políticamente. Se houvesse um maior investimento em educação e condições boas de vida dentro do país, a religião perderia seu poder automaticamente, pois menos pessoas a procurariam, pois, vulgarmente falando, teriam mais cérebro, e, principalmente, mais esperança: Esperança de uma vida decente, esperança de uma liberdade de expressão, esperança não depoisitada em entidades sobrenaturais, mas sim no próprio trabalho e dedicação.

Deixo claro que não digitei o texto aqui, visando ofender os ateus ou o pensamento ateísta, pois simpatizo bastante com o mesmo. Deixo claro também que não visei ofender os religiosos (mas sempre viso ofender o ridículo, esdrúxulo, horrendo pensamento religioso tradicional).

Espero que, quem curte ler meu blog, me perdoe pela demora, mas inspiração é inspiração e não é sempre que ela vem.