terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Crítica ao comportamento irracional masculino

Antes de começar o texto, devo advertir que essa postagem é um desabafo amontoado de clichês. Um amontoado de clichês morais e estéticos que me ocorreu graças à observação do comportamento de algumas pessoas, tanto ao longo dos anos, quanto mais recentemente.

Primeiramente, gostaria de expor um ponto de vista do qual já falei por aqui: Mulheres não pensam como homens. Não importa quanta igualdade sexual (que por si só é uma piada) haja, a forma como a mulher pensa é fatalmente diferente, graças a vários fatores, tanto sociais quanto biológicos, quanto psicológicos. Até aí, é apenas a forma como as coisas são (em parte) naturalmente e não dá para dizer que há algo de errado nisso. No entanto, é muitíssimo importante lembrar que diferente não significa, em hipótese alguma, superior... Ou não. Na verdade, o que observo é que os pensamentos de ambos os sexos, especialmente em relação um ao outro, são igualmente e fatalmente MEDÍOCRES. Mas por meio deste desejo focar apenas na mediocridade do pensamento masculino. Criticar o pensamento e comportamento feminino, além de ainda mais clichê que este, necessitaria de novas observações.

Vamos deixar claro que, ao mencionar e criticar o pensamento masculino, não significa de forma alguma que eu não tome parte de pelo menos alguns dos mesmos hábitos e comportamentos que este compõe.


Algumas pessoas, homens e mulheres, não têm noção de o quanto a tirinha acima expressa a realidade. É fato comprovado que homens possuem um ranking de beleza entre as mulheres e calculam friamente aquelas que são possíveis candidatas sexuais (Ainda que em fantasia. Vulgarmente, as "comíveis") e as que não são (algo que com certeza muitas mulheres fazem também). E até aí, eu tenho certeza que não há mal nenhum nisso, é apenas uma expressão do nosso mais simples eros, expressa de maneira seletiva, graças a sublimação do instinto sexual. De certa forma, a seletividade é até que algo bom, apesar de sujeita aos padrões de beleza ditados pelo capital (talvez um dia eu escreva uma postagem relacionada à ditadura estética do capital). O problema é quando essa seletividade, o tal ranking da beleza, ultrapassa outros valores de significante maior profundidade.

A busca pelo prazer é inerente a todos nós e quem me conhece sabe que jamais criticaria a poligamia (desde que igualitária aos gêneros), o poliamorismo, o relacionamento aberto, etc. Todavia, é fato que se você procura um relacionamento saudável, ele não pode ser baseado em manipular o parceiro, ou, no caso, a parceira "titular", para que ela não descubra sua constante quebra dos votos que a ela confiou. O problema-raíz, é que a própria escolha da parceira é quase que totalmente refém ao ranking da beleza. Escolher o compartilhamento de uma vida, ou parte dela, em razão de valores estéticos parece absurdo, mas é o comportamento mais comum do atual tempo. Se a escolha de uma titular foi apenas em razão de um padrão estético, de nada importam votos éticos e morais que a esta forem feitos, se o padrão estético de "uma outra qualquer" a superar (ou mesmo em alguns casos, apenas chegar perto dela). E tudo isso para, no final, obter-se mais prazer, uma maior satisfação do eros anteriormente mencionado. Mas por que isso acontece?

A maioria dos homens, como expresso nos parágrafos anteriores, enxerga a grande maioria das mulheres que não conhece, como meros objetos canditatos a relações sexuais. Acontece que as que conhece também. Isso é até um comportamento natural, no entanto, o que quero criticar é justamente o fato de que se supera qualquer limite intelectual por uma cega e momentânea realização de prazer. A impressão que eu tenho é que o comportamento inerente à maioria dos homens, reféns de uma estética que governa toda e qualquer relação com o sexo oposto, é o de animais, irracionais, CÃES que buscam acima de tudo a cadela com o melhor cheiro para cegamente satisfazer o próprio instinto sexual. Minha crítica não é apenas à postura ética (enganar, iludir, manipular), mas à postura prática e, principalmente, à postura intelectual! Viver uma vida baseando-se apenas na cega satisfação do instinto mais primitivo, quando se trata do convívio social com o sexo oposto. Não importa a relação intelectual e afetiva que se tenha com a fêmea, importa apenas a estética! E pior, quando importam tais relações (sem deixar de lado a estética) e quando há um pensamento que dá importância a uma ética (não enganar, não iludir, não manipular), todo o resto, por vezes pode ser quebrado apenas pelo padrão estético em questão.

Enxergar um pedaço de carne, um valor estético e não humano, reificar toda uma parte da sua vida, em nome de um instinto primitivo. Esse é o problema. O problema não é buscar o prazer, o problema é fazer isso cegamente, principalmente no que diz respeito ao âmbito intelectual! É sacrificar uma parte da sua vida em nome da realização de um instinto que poderia ser saciado seguindo algum valor ético e intelectual. É esse sacrifício intelectual que eu chamo de comportamento canino. É um comportamento, em qualquer âmbito, irracional, a quase que total colocação do instinto (este em forma quase primária) à frente da razão.

Obrigado por lerem e fiquem com Gackt, faz tempo que não deixo algo dele aqui, mas coincidiu de estar tocando uma música dele no momento em que terminei o texto.

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